O melhor lugar do mundo é aqui, e agora - 1 min

Estamos na casa de uma Mãe-de-Santo em Havana.
Um casal traz o filho para uma visita.

"35 Minutos Numa Rua de Havana" é a camera ligada, em silêncio, observando.
Esse filme não tem corte, não tem pergunta e muitas vezes não tem nem palavra.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção em Cuba é a atenção à criança.
Contam que quando houve racionamento de leite, o das famílias com crianças era o único assegurado.
Em Cuba criança pode tudo e é tratada como gente e não como debilóide.

No caso, aqui, trata-se de um bebê. E bebê não importa onde, comunista ou consumista, é sempre o xodó da mamãe.
A mim encanta ver o formato da boca da criança, pronta para receber o bico do peito.
Acho divertido ver as unhas postiças da mãe e notar a delicadeza com que ela re-acomoda o braço do filho, que parece feito de espuma, de tão elástico.
Gosto da placidez e da calma da cena.
E, acima de tudo, da cara de paixão da mãe com a a expressão entregue do filho, mas essa você só vai ver se assistir o filme.

O som que escutamos ao fundo vem da tv ligada da casa da da mãe-de-santo.O videocassete reproduz um musical tipo filme b americano tão kitsch que tem até aquelas bolinhas tipo sing-a-long pro pessoal cantar junto.

Ou seja, Mãe-de-Santo em Cuba gosta de cantar Karaokê.

2 comentários:

Anônimo disse...

O amor, a inocência, a fragilidade, a doçura, a entrega total, a interdependência, a complementariedade, tanta coisa numa única imagem. Me comoveu, obrigada.

Pedro Fiuza disse...

Mal posso esperar para ver o sexto episódio!!!
Vi os cinco primeiros e estou gostando muito!

Parabéns, Felipe e a todos envolvidos com a produção desta série.

Espero que saiam em DVD!